Galeria dos Mártires - Pe. Francisco Jentel

Pe. FRANCISCO JENTEL
Defensor do Povo do Araguaia
FRANÇA * 02/01/1979

Francisco Jentel, missionário francês. Viveu durante 20 anos defendendo os índios e os camponeses do Mato Grosso.

Vítima da Segurança Nacional e do latifúndio, morreu repentinamente, durante seu desterro na França, aos 56 anos.

Pe. Jentel chegou no Brasil em 1954 para trabalhar na missão Tapirapé e em Santa Teresinha, na Prelazia de São Félix do Araguaia.

Fundou, com os camponeses uma cooperativa, construiu a escola e o Centro de Saúde. Levou técnicos, médicos, professores. Conseguiu o primeiro trator e a primeira máquina de colher arroz daquela área. Mas, sobretudo, despertou entre os camponeses o sentido de justiça, para se organizarem em Sindicato dos Trabalhadores Rurais.

Tudo isso impediu a Companhia de Desenvolvimento do Vale do Araguaia (CODEARA) de se apoderar das terras com o apoio do Exército e da Polícia.

Os camponeses defenderam-se corajosamente. Contavam com o Pe. Chico que exigiu respeito às leis.

Em 1973, foi acusado de "incitação à luta de classes e à animosidade contra as forças armadas", e por isso foi detido e  condenado a 10 anos de prisão.

Ao cumprir um ano de condenação, foi declarado inocente por um tribunal superior, devendo, porém, deixar o país.

Em 1975 retorna ao Brasil, porém, foi sequestrado e expulso definitivamente, por decreto do presidente Geisel.

Chegou, depois, a notícia de sua morte ocorrida no mesmo dia da abertura democrática no Brasil. Os índios e os camponeses choraram de tristeza, e o bispo Dom Pedro Casaldáliga, determinou que o dia 2 de janeiro de todos os anos fosse "um dia de celebração" para todo o Povo de Deus da Prelazia, em memória do Pe. Francisco Jentel.

Texto elaborado por Tonny, da Irmandade dos Mártires da Caminhada,
a partir do livro: Sangue Pelo Povo.

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